quinta-feira, 31 de março de 2011
Livro-Assassinato na floresta.
Assassinato na floresta foi publicado em 1993, é uma obra de consciência nacional. Que retrata de forma objetiva e clara o drama de muitos trabalhadores da região Benjamin Constant, que vivem na Amazônia, abordando os seus problemas ligados com o meio ambiente. Paulo Rangel cria um panorama de denúncia ao compor uma obra, classificada como ficção policial e dedicada ao público infantil, no contexto em que se faz necessário dar ênfase a Amazônia, descobrindo assim aspectos desagradáveis da realidade brasileira em favor das questões ecológicas. A obra divide–se em 40 capítulos, todos de forma linear, narrada em 1ª pessoa, denominada de cadernos de memória de Ivo Cotoxó, jornalista investigativo. O protagonista leva ao leitor a uma viagem de são Paulo a Manaus, de Manaus a tabatinga, de tabatinga a Benjamin Constant, que se localizam na divisa com a Colômbia e o peru, de barco pelas águas do rio Solimões.
Seguindo o modelo os romances de ficção policial, Assassinato na Floresta narra à história de Ivo Cotoxó, jornalista investigativo da tribuna da pátria, o qual recebe uma missão de investigar a morte supostamente natural da seringueira Raimunda Maria da Silva. Esta mãe de três filhos, que vivia da extração de látex no meio da floresta, cansada de ser explorada por seringalistas ela foi à fundadora de uma cooperativa autônoma, sem depender do governo, de particularidades, de fazendeiros e banqueiros, cuja função era aumentar o aproveitamento e o lucro proporcionado pela retirada de bens provenientes da natureza. Ela queria acima de tudo liberta-se da escravidão a que o seringueiro se submete há mais de um século e meio. Este fato revolta e causa inimizade por acharem que ela pretendia ampliar os empates de Chico Mendes, que era um movimento de resistências dos seringueiros contra as derrubadas das florestas iniciado em 1976 e que continua sendo praticada atualmente. A seringueira Raimunda Maria da Silva foi encontrada morta no meio da floresta junto na uma cobra a sua suposta assassina.
A morta de Raimunda foi investigada por Ivo. Indícios são descobertos de que algo muito mais complexo que um simples bote de cobra envolve o caso: havia um crime. No desenrolar da trama surgem outros personagens que ajudam a desvendar uma história repleta de mistérios, com entidades internacionais mostrando-se envolvidas no caso. Esta investigação teve início quando Maurício Benjamin deu a missão a Ivo Cotoxó de escrever sobre a morte da cabocla. O repórter teve vontade de matar o chefe, pois escrever sobre a morte de um personagem anônimo só poderia ser mais um dos planos invejosos do chefe. Como corria o risco de perder o emprego se desobedecesse a essa ordem, Ivo não tinha outra escolha então ele acabou indo realizar seu trabalho.
Ao chegar a Benjamin Constant, Ivo conhece Firmino explorador de matas que o leva ao seringal e ao barraco dos filhos de Raimunda. A história começa a mudar quando um dos filhos dela mostra a cobra que matara sua mãe, uma cascavel, tipo de cobra rara de ser encontrada na Amazônia. A hipótese naquele momento passou a ser de assassinato e não mais de uma triste fatalidade. Capitalistas nacionais e internacionais interessados em preservar a miséria, cujo fim é o enriquecimento ilícito, contratavam bandidos para matar todo líder que tentasse mudar o aspecto social e econômico da Amazônia. Por ter demonstrado coragem e bravura, quando Ivo se relacionou com os índios, ele foi chamado de “pavaru”.
Ninguém podia imaginar que a morte de uma cabocla, que extraia látex no meio da floresta, levantasse tanta polêmica nos meios nacionais e internacionais. Com um trabalho minucioso e persistente, Cotoxó resolveu uma trama que ameaçou governos. Além disso, descobriu aspectos bem desagradáveis da atual realidade brasileira, mostrando que se existe centenas de anônimos lutando em favor das questões ecológicas, há também organização de “fachada” manipulada por perigosos bandidos, cujo fim é o enriquecimento ilícito. Depois de desvendar os assassinos de Raimunda, Ivo Cotoxó retorna a São Paulo com a certeza de que a luta na Amazônia ainda continuará por muito tempo. Sabe que sempre que desaparece uma Raimunda surgirá outra em seu lugar para dar continuidade à luta que parece não ter fim. Em Benjamin Constant ficou Juçara para dar continuidade ao sonho de Raimunda: o de salvar a Amazônia.
A narrativa nesse contexto significa um alerta ao Brasil para os interesses internacionais na Amazônia, que sempre foi, é e continuará sendo objetivo da cobiça para os países de 1º mundo, graças a sua riqueza natural.
É um livro muito bom de se ler.Da um ar de curiosidade onde você não quer parar de ler!
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